sábado, janeiro 31

Poema quebrado

Eu vinha com o peso dos anos passados...
E te encontrei com os mesmos olhos de antes...
.
Desconcertei, de novo...
.
Daqui a pouco termino esse poema, agora estou de saída...

sexta-feira, janeiro 30

Amor Humano

O ser humano não ama
Desde que mama, quer amar.
Depois de um tempo, ama quando quer.
.
E assim vive o ser humano.
Ama quando convém
Como quem come isso ou aquilo
Quando tem
.
O ser humano acha que ama
Acredita que ama como nunca amou
E chafurda na sua tolice
De pensar que sabe o que é o amor
.
O ser humano não ama nem a si
Não se ama porque não se assume
Não se admite, não se engole
Fede e taca perfume
.
E como não se assume - e nem se assume
Não tolera.
O outro é alheio, é vago, é desviado.
Pudera.
.
A cobrança se faz no estalar do relho
Uns contra os outros, uns contra os outros...
Por isso - ó meu Pai - vivem do azar
Porque passam a vida a quebrar espelhos.

quarta-feira, janeiro 28

Uma tentativa de poema.

Quando a tristeza vem
É como uma brisa ruim
Um peso nas vistas
Um marasmo sem fim
.
Quando a tristeza vem
É como ferramentas perfurassem
Um pedaço de mim se fosse
Aos poucos, me devorassem
.
Quando a tristeza vem
É difícil cortar o ar
É duro dar o passo seguinte
É doloroso continuar
.
Quando a tristeza vem
É quando o espírito sai
Carrega junto o juízo
Me deixa sozinho - fodido - mal pago.
.
Quando a tristeza vai?

Bancando o frasista...

Se a lei é do cão, deixa eu latir em paz.

terça-feira, janeiro 27

Cadê Xoxó

Shopping
Cheiro
Chuva
Chato.
.
Xampu
Chão
Chave
Chongas
.
Churrasco
Charque
Chalise
Chapo
.
Chó? Quem liga?
Cha
Che
Chi
Exú.

Dor criativa

Forço a barra para manter atualizado. Para achar poesia, vou sempre ao mais fundo de mim. Penso aflito: será que acaba?

segunda-feira, janeiro 26

Problemas meus ou do mundo?

O problema não está no mundo
O problema está em mim
.
Na verdade, o problema
É que existe um mundo em mim

domingo, janeiro 25

No banho de Sol do manicômio...

...avisto uma moça e um moço. O suor me rela o supercilho. Os olhos vacilam trêmulos. A respiração sôfrega. Debato-me. Debato-me. Debato-me. Ando até os dois. Tento rasgar a camisa de força. Sem diálogo, tento achar uma fresta. Uma fresta pela qual passa a minha mão. Estendo.
.
- Prazer, sou Marcus. Tudo tranquilo?
- Tudo tranquilo, Marcus! Só senti um pouco de medo.
- Ah, relaxa. Manicômios...
.
E viva o Formidável Psicopata.
.
...Argh, batismos!

sábado, janeiro 24

A casa de madeira

Na casa viva de madeira, fascino os olhos.
Brilho na covardia da madrugada.
Sossego no fim do dia, tiro os antolhos.
Cismam em nos cegar no andar da estrada.
.
Na casa viva de madeira, cada passo fala.
Range, como se fosse massa.
Comporta, sente, se faz notar.
Sente como eu sinto. No corpo.
.
Na casa viva de madeira, as portas são maiores que os buracos que vedam.
As vigas sustentam pedaços cada vez mais tortos.
Camadas que já não se encaixam
Vidros que bambeiam nas janelas.
.
Na casa viva de madeira, tudo muda.
Hoje ponho um vaso ali, daqui dois anos não ponho mais.
Mas não faço remendo.
.
Na casa de madeira não cola fita nem massa corrida.
Mas eu sei o que é isso, e não é a morte.
A madeira não é só corte.
A madeira é um pedaço de vida.
.
Na mão do homem, se molda e se cria.
A madeira se corta, mas a alvenaria
É inventada, tecida, pelo humano e não pelo Guia.
.
Por que, então, haveria, da madeira entortar?
O corte do caule divino é herege
Enquanto a pedra humana, Deus privilegia?
.
Ou será que é porque é viva,
Entorta, cresce e toma outras formas,
Enquanto a casa de alvenaria
Vinda de um sopro que o homem não cria
Já nasce assim, de morte morrida?

quinta-feira, janeiro 22

Poema do Sabiá

Vai, meu sabiá, meu passarinho
Leva a vida que nasceu para levar
Risca no mundo o teu traço macio
Marca amarelo teu passarinhar
.
Vai, que o mundo precisa desse teu pio
Sei que tudo é Barra aqui pelo Rio
E fora da Barra o negócio é pior
.
Meu sabiá, contente, meu menino
Chega sempre que o fastio
Sai cedo pra trabalhar
.
Vem, com três batons de tons e cores
Marcas de tantos amores
Que arranjou sob o luar
.
Escancara a porta a mão pesada
Se derruba pela sala
Grita um nome que era meu
.
Sempre atendo por educação
Mas quando vejo o coração
No punho em riste do meu sabiá
.
Só o que me resta é concordar
Ponho um vinho pra gelar
E bebo com a emoção
.
Vem, meu sabiá, me leva
Trata o peito que me entreva
Nesta cama de torpor
.
Ao menos enquanto o meu fastio
Sua pelos cinco mil
Que garantem minha dor

quarta-feira, janeiro 21

Sei que me falta algo, é você.

Quando ela me chama, muda o meu clima. A calmaria cinza se manda, ela faz um verão em mim. Acabo que sujo os papéis de versos coloridos. Palavras que parecem flores, nuvens, rios, cachoeiras e frutas. Ilha deserta, paraísos artificiais. Tudo isso é um oi no msn.

terça-feira, janeiro 20

Blogando para nós, num cantinho

O público só define se você é um bom compositor, poeta ou escritor em circunstâncias muito bem definidas. Fora isso, é a pura análise da mais externa estética da arte. A opinião pública é prostituída, não sei bem pelo quê.
.
Pensar só no público é assassinar o movimento artístico. Nada contra o entretenimento puro e simples. Nada contra mesmo. Mas o que se faz aqui é arte. Não é uma questão de discriminação. Se eu soubesse fazer entretenimento, estava com a burra cheia de grana com um blog pop desses. Minha idéia não é essa.
.
E de alguma forma, acho que assim somos mais felizes. Eu e vocês.

segunda-feira, janeiro 19

A poesia

É um detalhe que a gente enxerga e não muito mais do que isso. E são aplaudidos os poetas como se olhos de águia tivessem. Como se profetas fossem. Mas não é isso. Caolhos em terra de cego.
.
Deve ser isso que diferencia Deus dos homens...Uma pura e simples questão de perspicácia.

Viver

Uma questão de entender as coisas e amar as pessoas. Muito embora a gente viva numa porra de mundo onde só haja olhos para ter as coisas e vencer as pessoas.

Livros...

Sou um sujeito de hábitos estranhos. Um deles, porém, penso que não é tão estranho assim. Compro livros e não leio. Minha prateleira vive cheia de livros que ganhei, comprei, troquei, achei, mas não passo os olhos. Folheio, sim, minto.
.
Os que leio, geralmente demoro séculos. Já me questionei algumas vezes se realmente eu gosto de ler. A sombra desta dúvida me dá calafrios e um retorcer no estômago. Afinal, um jornalista tem que amar ler. A-MAR.
.
Mas uma coisa é engraçada. Minha irmã me deu os livros:
.
- Memórias de minhas putas tristes, Gabriel Garcia Marquez - li em 3 dias.
- Jesus Kid - Lourenço Mutarelli - Li em 2 dias.
- A Revolução dos Bichos - George Orwell - Comecei hoje. Terminei hoje.
.
No fundo, eu amo ler. A-MO. Mas quem sabe o que eu gosto é ela.
.
Doido, né?

sábado, janeiro 17

Um poema

Que sejas eterna em minha vida
Que eternizes teu canto em mim
Que tu mores para sempre em meu corpo
Que meu espírito seja a tua companhia
.
Que a tua simples vontade seja o meu maior desejo
Que a tua passagem seja o meu realejo
Que tu sejas a persona da beleza no que vejo
Que sejas o motivo por que lacrimejo
.
Que esteja atestado, comprovado e lido
Homologado, acertado e visto
Que esteja certo
.
Quando finda a pintura
Eis a escritura
Serão sempre tuas as chaves dos meus quaisquer impérios.

Intersecção

Manter-se são
É uma intersecção
.
Dois mundos
.
Um na liberdade
Outro na prisão