quinta-feira, janeiro 22

Poema do Sabiá

Vai, meu sabiá, meu passarinho
Leva a vida que nasceu para levar
Risca no mundo o teu traço macio
Marca amarelo teu passarinhar
.
Vai, que o mundo precisa desse teu pio
Sei que tudo é Barra aqui pelo Rio
E fora da Barra o negócio é pior
.
Meu sabiá, contente, meu menino
Chega sempre que o fastio
Sai cedo pra trabalhar
.
Vem, com três batons de tons e cores
Marcas de tantos amores
Que arranjou sob o luar
.
Escancara a porta a mão pesada
Se derruba pela sala
Grita um nome que era meu
.
Sempre atendo por educação
Mas quando vejo o coração
No punho em riste do meu sabiá
.
Só o que me resta é concordar
Ponho um vinho pra gelar
E bebo com a emoção
.
Vem, meu sabiá, me leva
Trata o peito que me entreva
Nesta cama de torpor
.
Ao menos enquanto o meu fastio
Sua pelos cinco mil
Que garantem minha dor

Um comentário:

joão vaz disse...

esperto sabiá