terça-feira, setembro 14

Tocando em Frente

Na medida em que vou me desvencilhando do modo de vida padrão estabelecido pela sociedade, vou sentindo uma injeção de talento encharcando minhas veias. A poesia está voltando, o olhar jornalístico também, a cultura voltou a temperar meus textos e minha habilidade em produzi-los tem se revelado a cada dia.
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A ausência de talento, esta sensação, me encarnou durante os últimos meses e sempre batia a cada ano. O ato de assumir a própria loucura, primeiro slogan deste blog, é, penso, antes de tudo, uma questão de maturidade, que não vem à toa.
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Era uma briga. Ora tatuava "Je vie par la comunication" nas costas, ora punha-me a estudar direito constitucional para ocupar algum cargo de aspone público. Ora trocava o dia pela noite compondo músicas e conhecendo gente importante do meio, ora reclamava da vida por conta do dinheiro curto, sem me dar conta de que não fazia nada, de fato, para ganhar dinheiro, usando o que realmente sabia fazer de melhor.
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Por vezes, xinguei meu talento de ilusão.
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Tenho me sentido como Almir Sater em "Tocando em Frente". Hoje me sinto mais forte, mais feliz, quem sabe? Sinto-me mais maduro, mais seguro e sendo, assumidamente, quem sou.
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Meu casamento melhorou, meu relacionamento com a família, também. São vibrações positivas que emanamos e, por conta disso, entendo o conceito evangélico de "propósito divino". Ainda nesse papo de cristão, ouvi muitas vezes que Ele tem um plano para nós. Acho que esse é o plano dEle para mim.
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Não é uma questão de auto-estima, somente. Não é o ego, simplesmente. É viver a essência de si mesmo. Aquilo para o que nascemos.
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Agora eu amo melhor as pessoas que me amam e posso conviver com mais harmonia com as pessoas que me cercam.
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Acho que faz sentido o conceito de renúncia para os relacionamentos. Precisamos deixar determinadas coisas de lado. Mas o limite disso é a essência. Se deixarmos de lado a essência, não há acerto que se faça justo entre você e a vida.
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Vale acrescentar que é preciso inteligência para distinguir com clareza a essência do ego, da auto-estima. A nossa essência nos faz mais felizes e nos torna mais propensos a respeitar a individualidade de cada um, a aceitar as pessoas como são. Isso leva, inevitavelmente, à felicidade conjugal, em família ou entre amigos. A não ser que estas pessoas não optem por esta alternativa. Mas isso também é bem pouco provável.
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Acho que este texto pode ajudar as pessoas que passaram pela mesma situação que eu. A indecisão diante da vida é algo que assola a juventude brasileira, principalmente, porque somos obrigados a decidir muito cedo aquilo que vai nos definir para o resto da vida. Eu sou um desses tantos casos. Desta forma, acredito que tenho quórum para atender com estas palavras.
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Termino este texto com bastante satisfação. Fazia tempo que não manobrava um texto assim, com habilidade, com segurança, com a certeza de que ele vinga. O espaço está aberto para comentários e quero fazer deste blog um lugar de discussão, de construção de coisas boas para todos nós.
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"Cada um de nós constrói a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser feliz"
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Um abraço!

3 comentários:

Anônimo disse...

O seu talento está aflorando cada vez mais, dando indicios do que veio ao mundo, escrevendo muito bem,transbordando seus sentimentos e achando suas certezas.Parabéns pelo texto inteligente,objetivo e bem abordado .Abraços do seu irmão e fã Bruno!!!

Deborah Cardoso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Deborah Cardoso disse...

Como sempre, bem articulado, escrito e objetivo!
Seja sempre uma FENIX quando precisar ser! Ressurgindo das cinzas, se constrói um Marcus cada dia melhor!!!