terça-feira, fevereiro 12

No meio do caminho, não tinham pedras.

Não sei se foi assim pra vocês, mas o poeta que eu mais li na vida foi Drummond. Os outros também são maravilhosos, mas, sei lá por que, emburaquei no velhinho-magrinho-careca-quatro-olhos e, de todos os seus poemas eu só não li os que não foram divulgados, mas inda hei de ir a Itabira catar isso!
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E foi em Itabira que quis chegar nessa conversa de hoje. Quem lê Drummond sabe que ele falava muito nessa cidadezinha do interior de Minas Gerais em seus versos, tanto que, na antologia poética que tenho, há um capítulo chamado Itabira. Enfim, estava, ou melhor, estou cá defronte ao pc do trabalho (Approach, assessoria de imprensa...) redigindo pelo e-mail da empresa o post que publicarei mais tarde, face a empolgação que me toma firme agora em virtude de uma conversa que pude ter com o assessor de comunicação do prefeito de Itabira, Fernando Silva, para saber quais eram os contatos dos seus veículos mais lidos, para tentar emplacar um cliente nosso.
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Eu não o conhecia, nunca o tinha visto, e minha micro-relação com ele era apenas profissional. Mesmo assim, não podia deixar de demonstrar minha paixão por Carlos Drummond de Andrade e em dada hora da conversa:
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“...e como anda esta bendita terra de Drummond?”
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Não demorou e ele me apresentou os contatos de Luis Andrade Muller, sobrinho do meu poeta predileto, que é editor do único jornal diário da região – o Diário de Itabira. Quando isso aconteceu, não resisti mais uma vez e tive de prometer uma visita e de declarar escancaradamente meu amor pela obra de Drummond. O papo terminou como se fôssemos amigos de longa data, com aquelas promessas furadas, do tipo “Apareça por aqui, sim, e me procure para lhe mostrar mais de Drummond” , “Com certeza eu vou aparecer!! Juro que arrumo um tempo esse ano!!”, essas coisas.
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Estou até agora bobo, por ter chegado tão perto do legado vivo, de onde a obra de Drummond é mais vívida, do lugar que várias vezes foi tema dos poemas que moldaram a maior parte do meu senso lúdico, de Itabira.
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É por isso que amo ser jornalista. Porque essa profissão retira as pedras no meu caminho.

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