segunda-feira, fevereiro 4

Naquele tempo...

Tenho saudades do tempo em que eu acreditava no amor. Daquele tempo em que eu achava que iria encontrar uma princesa, amar muito, casar e envelhecer ao lado dela. Saudades do tempo em que eu achava que isso era verdade.
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Tenho saudades do tempo em que eu não conhecia a hipocrisia. Tenho saudades de todos os dias que antecederam aquele primeiro dia em que eu vi uma pick-up, um cordão de ouro e pares de bíceps conquistando as melhores mulheres da noite. Saudades do tempo em que eu não supunha esse tipo de coisa.
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Tenho saudades daquela vida mais poética, mais tesuda. Minha cabeça trabalhava melhor, com mais combustível, com mais paixão, com mais frenesi. Saudades daquele tempo em que eu desejava me matar pelo amor de uma mulher. Saudades do tempo em que olhar nos olhos ainda era mais do que um simples procedimento.
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Saudades do tempo em que eu perdia noites nessa ladainha...compondo músicas, escrevendo textos, apaixonado por quem quer que fosse.
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As mulheres até hoje dizem que eu sou um homem diferente, especial. Mas eu tenho saudades mesmo é do tempo em que eu acreditava que isso era mais do que uma porra de uma massagem no ego. Eu tenho saudades é da época em que eu achava que elas colocavam o coração nessas palavras. Saudades do tempo em que eu achava que sinceridade era via de mão dupla.
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Saudades do tempo em que eu achava que mulher gostava de gente boa. Saudades do tempo em que eu achava que gente cretina não tinha vez. Só tem.
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Saudades do tempo em que eu não sabia a verdade. Saudades do tempo em que as desgraças não tinham ainda sido desabrochadas pelos olhares curiosos da juventude. Saudades daquele tempo em que eu olhava para um texto meu e me sentia um Nelson Rodrigues, e não um Nelson Rubens. Saudades do tempo em que eu achava que a vida e a arte caminhavam juntas...em Hollywood.
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Naquele tempo eu era mais feliz. Alienado, mas feliz.

2 comentários:

Ataque Aéreo disse...

Think'abou'it!!!!!!!!!!

lelmbro-me dos teus vesos meu irmaum de fé
teus versos, cheios e verdadeiro
para uma certa menina que precedeu sua vida..
sua vida ativa

compreende?
bem vindo a hipocrisia mestre
fazemos parte disso agora

S. disse...

É
Saudades sinto também
De quando alienada
E apaixonda, honestamente
Via estes olhos,
Que olham pra dentro,
Acharem em mim tantos erros
Que explicassem as diferenças
Divergencias de intenções

É
Saudades sinto também
De quando apaixonada,
E alienada completamente,
Com estes olhos olhava
Alguem que não me queria por perto
Achando que se me refizesse
As pretenções dele
Pudessem mudar com o tempo

É saudades sinto
Não minto
E quando vejo vocês falando...
A tal da hipocrisia feminina
Me lembra esse tempo de menina
Onde tudo o que importava
Era que tinha caido de amores

Hoje, sim mudei
Cresci, por alguém
Que não tenho,
Diga-se de passagem,
Mas vejo também
Que ainda honesta
De que adianta
Ao olhos dos outros?!

As frustrações estão sempre
Por todos os lados
Não importa o sexo
Porque a hipocrisia é humana

Fico então procurando aquela igreja
Que mencionaste
Se não encontrar
Ainda assim fico feliz
Fui honesta,
Comigo mesma
Com estes mesmos olhos
Que olhas pra dentro
E isso agora é só o que importa