segunda-feira, janeiro 22

Da série: poemas soltos que resolvo postar numa de...requentar!

Ode ao mini-pobre (Marcus Lotfi)

Corres da rua com medo do carro
Sinal verde - sem trocado
Saliva que sente secura na boca
De tanto falar assim descolado
.
Vida sem sal, saída bem vil
Nos barracos, favelas e pseudo-construções
Caminham perdidos esses moleques
Fadados às eternas desilusões
.
Nunca conhecerão a vida boa
Nunca saberão o valor do luar
Não olharão para o Sol, beijando o mar
Não ligarão, nem nunca vão ligar
.
Nunca serão ninguém - alguns terão sorte
Viciados, bandidos, atiradores de fogo sem porte
Maioria na porcentagem da vida
Minoria do escape da morte
.
Para eles a vida é aquilo
O sinal, o doce, o trocado
A cola, o vício, o drogado
A morte súbita, o desdém, o fracasso.

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