quarta-feira, junho 9

Blogando na essência em exatos dez minutos

São exatamente seis e treze da manhã. Trabalhei até meia-noite de ontem, cheguei em casa meio puto e tratei mal minha mulher. Relaxei na medida exata da consciência do erro e fui pedir desculpas de joelhos. Enchi o saco até ela me perdoar. Estava sem saco de engrenar algum lance para a janta e fui a pé até um trailer que ocupa a calçada do Itaú. A apoderação, apoderamento, sei lá, é tão grande que, na rampinha de acesso aos deficientes são colocadas mesas e cadeiras. É quase uma fanfarronice do dono do podrão, eu acho.
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Comi um X-Tudo e bebi uma coca lata. Voltei com medo de ser assaltado e resolvi - com 25 anos de puro sedentarismo - dar um pique e cheguei em casa esbaforido. Fiquei vendo Animal Planet até sei lá que horas e vim para a internet umas duas e meia. Está um frio da porra e estou com um cobertor nas pernas, tipo moribundo.
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Isso é blog na essência. Quando os fatos já existem, escrever é um lance que flui. Com os clientes, é mole ser empresário. Estava com muita vontade de continuar blogando, porque infelizmente eu estudei jornalismo por quase 5 anos e descobri que eu ganharia mais cantando Andanças no bar da esquina ao coro da multidão bêbada. E sem deadline. Enfim, o blog é uma forma de continuar escrevendo.
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Já está claro, eu estou virado, e daqui a pouco o nosso grilo (meu enteado) precisa acordar para ir à escola. Vou correndo agora catar o despertador do meu quarto e voltar para o escritório - poupando minha mulher de acordar às seis e vinte e três da manhã - agora - desnecessariamente.
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Fui.

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