Olho de gato num mato sem cachorro
De olho na selva, se não mato, morro
Olho de lance no rabo da passarela
Olho reflete na porcelana da tigela
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Tiro o anel prá vender, faço figa
Figo não chega na feira da sexta
O pingo que sai da torneira soca a pia
Desvia por pouco da cesta vazia
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Fome que não tem nome e que mata
Fome que arde no chio da chibata
Fome que fala no ronco da pança
Fome que marca o tronco de vingança
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Não tem taxa selic que fique
Reserve a cachaça na gota do alambique
Não tem bolsa-alimento que salve
A ausência do homem nas traves do trem
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Fazendo o dinheiro de quem já tem
Garantindo o resto na mão bem cerrada
Pra sopa de bota, de vento e aguada
Sopa pra quem não sabe de nada
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